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Exercícios de Português I

Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.

No coração do progresso

Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir todas as portas para uma vida melhor.
Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema, via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendimento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco: desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preservação ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino planeta.
Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a natureza e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável: o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias. Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a extensão dos efeitos.
Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a rua, com o bairro, com a cidade.
“Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é, certamente, melhor do que este em que estamos vivendo.
Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de Mello)

1) Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a qual este deve ser

(A) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades humanas e o respeito ao mundo natural.

(B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em atividade economicamente viável.

(C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros para todos os indivíduos de uma comunidade.

(D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.

(E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribuição de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.


2) Considere as seguintes afirmações:

I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico.

II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja formas de desenvolvimento nocivas e predatórias.

III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fazendo dela.

Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em

(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.


3) Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do texto em:

(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer conclusão.

(B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica = seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconceito.

(C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das ações voluntariosas.

(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida.

(E) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que está planificado.


4) Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada.

Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão corretamente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na ordem em que surgem, por

(A) houve - garantiria - é
(B) haveria - garantiu - teria sido
(C) haveria - garantisse - fosse
(D) haverá - garantisse - e
(E) havia - garantiu - é


5) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

(A) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso algumas conotações mágicas.

(B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu sentido real muitos equívocos ideológicos.

(C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a representarem, de fato, qualquer avanço significativo.

(D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida.

(E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida.


6) Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase:

(A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir mão.

(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará.

(C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida.

(D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos.

(E) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar progresso.


7) Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da construção ou da expressividade do texto:

I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram tanto atende à concordância com academias.

II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se exprime um dever imperioso, uma necessidade premente.

III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo, anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada no texto.

Está correto APENAS o que se afirma em

(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.


8) A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos.

Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
(B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
(C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
(D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
(E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam


9) Está clara e correta a redação da seguinte frase:

(A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois que é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido.

(B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo, devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor.

(C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melhoria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.

(D) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.

(E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acabariam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Ecologia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida prática.


10) Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:

(A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida.

(B) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações aparentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, importantíssima.

(C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica.

(D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes represas, costuma trazer também uma série de consequências ambientais que, nem sempre, foram avaliadas.

(E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma permanente avaliação.


Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24.

De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamentais, cabe lançar mão de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 milhões o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três anos na capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido e as horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses três anos praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de São Carlos.
A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenientes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público relatórios com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários e locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia.
Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acionou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados pelos protestos.
O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior
fluxo, deveriam ser abolidas.
ha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado)

11) De acordo com o texto, é correto afirmar que

(A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo dos protestos ocorridos nos últimos anos.

(B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafamentos já foram pagos pelos manifestantes.

(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e são permitidos pela Carta de 1988.

(D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos de rua em horários e locais predeterminados.

(E) o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos das manifestações feitas de forma abusiva.


12) No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao restante da população. A saída estaria principalmente na

(A) sensatez.
(B) Carta de 1998.
(C) Justiça.
(D) Companhia de Engenharia de Tráfego.
(E) na adoção de medidas amplas e profundas.


13) De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que param as ruas de São Paulo representam um custo para a população da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir

(A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
(B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas em engarrafamentos.
(C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São Carlos.
(D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e São Carlos.
(E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de São Paulo.


14) A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão das manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é equiparada, no texto,

(A) a R$ 3,3 milhões.
(B) ao total de usuários da cidade de São Carlos.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
(D) ao total de combustível economizado.
(E) a uma distância de 231 km.


15) No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de

(A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça.
(B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir protestos abusivos.
(C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para impedir protestos em horários de pico.
(D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bem-sucedida de desestimular protestos abusivos.
(E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movimentadas.


16) De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos causados em cada manifestação é

(A) pertinente.
(B) indiferente.
(C) irrelevante.
(D) onerosa.
(E) inofensiva.


17) No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder sindical

(A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998.
(B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição.
(C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifestante da responsabilidade pelos danos causados.
(D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado poderá entrar com recurso.
(E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegurados, um manifestante será punido.


18) Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o conflito, destaca-se

(A) multa a líderes sindicais.
(B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de Tráfego.
(C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
(D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua.
(E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais manifestações.


19) No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –, substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase:

(A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios.
(B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios.
(C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios.
(D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios.
(E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios.


20) No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a locução conjuntiva no entanto indica uma relação de

(A) causa e efeito.
(B) oposição.
(C) comparação.
(D) condição.
(E) explicação.


21) “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.” Nessa frase, a palavra arbitrar é um sinônimo de

(A) julgar.
(B) almejar.
(C) condenar.
(D) corroborar.
(E) descriminar.


22) No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos uma relação de

(A) tempo.
(B) posse.
(C) causa.
(D) origem.
(E) finalidade.


23) Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –, substituindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras de regência verbal, a seguinte frase:

(A) O poder público deveria obedecer para horários e locais.
(B) O poder público deveria obedecer a horários e locais.
(C) O poder público deveria obedecer horários e locais.
(D) O poder público deveria obedecer com horários e locais.
(E) O poder público deveria obedecer os horários e locais.


24) Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou um líder de sindicato – obtém-se:

(A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria.
(B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria.
(C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria.
(D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria.
(E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato.


Gabarito

01-A; 02-B; 03-E; 04-C; 05-A; 06-E; 07-B; 08-A; 09-D; 10-B; 11-C; 12-A; 13-B; 14-E; 15-D; 16-A; 17-C; 18-D; 19-E; 20-B; 21-A; 22-E; 23-B; 24-A

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