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Questões de Português - Bombeiro - 2000

TEXTO 1 – PELES DE SAPOS
Ruth de Gouvêa Duarte

Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. Lá elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da população de sapos nessa região.
O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros. É um animal
voraz, isto é, comilão. Quando adulto chega a comer trezentos besouros por dia.
Sem os sapos, seus inimigos naturais, as mariposas, os besouros e os grilos , proliferaram de
maneira assustadora.
Esses insetos invadiram as cidades. Mariposas e besouros concentraram-se em torno dos postes de
iluminação pública e também entraram nas casas, causando grandes transtornos. Os grilos, com seu cricri, não deixavam as pessoas dormirem.
Em maio de 1972, na cidade de Iati, em Pernambuco, a população, em uma espécie de mutirão,
varreu ruas e calçadas, amontoando principalmente besouros, e também mariposas e grilos mortos, para serem levados por caminhões de lixo. Em apenas três dias, encheram-se mais de oitenta caminhões com esses bichos!
O governo proibiu a caça de sapos e passou a fiscalizar a exportação de suas peles.


1 - O título do texto, Peles de sapos, representa:

a) o motivo da invasão dos insetos nas cidades;
b) o objetivo econômico dos exportadores;
c) a razão de ter aumentado o número de grilos e mariposas;
d) uma riqueza importante do Nordeste brasileiro;
e) a causa da extinção definitiva dos sapos.


2 - Uma informação conta com uma série de elementos básicos: o que aconteceu, quem participou dos acontecimentos, onde e quando se passaram, como e por que ocorreram os fatos etc. Considerando que o acontecimento básico do texto 1 é a caça aos sapos, assinale a informação que não está presente no texto:

a) onde ocorreu: no Nordeste brasileiro;
b) quando ocorreu: em 1970 e 1971;
c) para que ocorreu: exportação de peles;
d) como ocorreu: armadilhas especiais;
e) conseqüência da caçada: redução da população
de sapos.


3 - Na primeira frase do texto, Nordeste está grafado com letra inicial maiúscula; assinale o item em que a explicação dada para o emprego de letra maiúscula está errada :

a) “...fossem exportadas para os Estados Unidos.” nomes de países;
b) “Lá elas eram usadas para fazer bolsas...” – palavras que indicam lugares;
c) “...na cidade de Iati...”- nomes de cidades;
d) “...em Pernambuco,...”- nomes de estados;
e) “Mariposas e besouros concentraram-se...”- início de frase após ponto.


4 - Assinale a frase em que o vocábulo destacado tem seu antônimo corretamente indicado:

a) “...para que suas peles fossem exportadas...”- compradas;
b) “...uma enorme procura por sapos...”- imensa;
c) “...levou a uma drástica diminuição da população...”– progresso;
d) “Quando adulto, chega a comer...”- filhote;
e) “...seus inimigos naturais,...”- adversários.


5 - “O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros.”; o emprego de principalmente nesse fragmento do texto indica que o sapo:

a) também come outros insetos;
b) só come mariposas, grilos e besouros;
c) prefere mariposas a grilos e besouros;
d) não come mariposas, grilos e besouros;
e) só come insetos nordestinos.


6 - “Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da população de sapos nessa região.” . Nesse primeiro parágrafo do texto os elementos destacados se referem a outros elementos do mesmo parágrafo; assinale a correspondência errada:

a) suas – dos sapos;
b) Lá – Estados Unidos;
c) elas – as peles dos sapos;
d) Isso – bolsas, cintos e sapatos;
e) nessa região – Nordeste brasileiro.


7 - “É um animal voraz, isto é, comilão.”; o emprego de isto é nesse segmento do texto mostra que:

a) voraz e comilão são palavras de significados diferentes;
b) o autor empregou erradamente a palavra voraz;
c) o autor quer explicar melhor o significado de voraz;
d) comilão é vocábulo mais raro do que voraz;
e) o autor não está interessado em que o leitor entenda o que escreve.


8 - Comilão é uma palavra que pertence, por relação de significado, ao grupo de:

a) comício, cômodo;
b) côncavo, convexo;
c) compadre, comadre;
d) colega, colaborador;
e) comida, comestível.


9 - Abaixo estão colocados 5 fatos relacionados ao conteúdo do texto; indique o item em que esses fatos foram colocados em ordem cronológica, ou seja, na ordem em que aconteceram, segundo o texto:

I – houve proibição da caça aos sapos;
II – houve diminuição da população dos sapos;
III – houve exagerado aumento na população de insetos;
IV – houve uma intensa caça aos sapos;
V – ocorreram problemas em Pernambuco.

a) I – II – III – IV – V;
b) V – IV – III – II – I;
c) I – II – III – V – IV;
d) II – IV – V – III – I;
e) IV – II – III – V – I.


10 - O vocabulário relacionado aos humanos e aos animais varia: assim, o grilo não tem voz (como os humanos), mas cricri. Assinale o item em que a correspondência entre vocábulos humanos e animais não está correta:

a) pés – patas;
b) mãos – garras;
c) nariz – focinho;
d) boca – goela;
e) filho – filhote.


11 - A mensagem que se pode entender do texto 1 é:

a) a matança indiscriminada de animais pode causar
desequilíbrios ecológicos;
b) a economia do país está acima do bem-estar da
população;
c) a união da população não resolve muitos de nossos
problemas;
d) os insetos são inimigos dos homens;
e) o governo não cuida da proteção aos animais.



TEXTO 2 – LÓGICA DA VINGANÇA
A. Buoro / F. Schilling / H. Singer / M. Soares

No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência, que tendemos a acreditar que o mundo nunca foi tão violento como agora: pelo que nos contam nossos pais e outras pessoas mais velhas, há dez, vinte ou trinta anos, a vida era mais segura, certos valores eram mais respeitados e cada coisa parecia ter o seu lugar.
Essa percepção pode ser correta, mas precisamos pensar nas diversas dimensões em que pode ser
interpretada. Se ampliarmos o tempo histórico, por exemplo, ela poderá se mostrar incorreta.
Em um dos volumes da coleção História da vida privada, Michel Rouché afirma, em seu artigo sobre a criminalidade na Alta Idade Média (por volta do século VI), que, se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período, proporcionalmente à população mundial de então, com o dos dias atuais, veríamos que antes eles eram bem mais comuns do que são agora. Segundo esse autor, naquela época, “cada qual via a justiça em sua própria vontade”, e o ato de matar não era reprovado – era até visto como sinal de virilidade: a agressividade era uma característica
cultivada pelos homens, fazia parte de sua educação.
O autor afirma, ainda, que torturas e assassinatos, bastante comuns naqueles tempos, ocorriam em grande parte por vingança: “Cometido um assassinato, a linhagem da vítima tinha o imperioso dever religioso de vingar essa morte, fosse no culpado, fosse num membro da parentela”. Realizada a vingança e assassinado o culpado da primeira morte, a mesma lógica passava a valer para parentes deste, que deveriam vingá-lo, criando assim uma interminável cadeia de vinganças, que podia estender-se por várias gerações.

12 - Deduz-se do texto que:

a) a violência está presente em todas as épocas;
b) a vingança era legal antigamente;
c) antigamente a vida era menos segura;
d) devemos fazer justiça com as próprias mãos;
e) antigamente não havia leis contra a violência.


13 - O uso de aspas, em alguns segmentos do texto, indica que:

a) devem ser lidos com mais atenção;
b) são reproduções do texto de outro autor;
c) foram traduzidos de outra língua;
d) correspondem a textos antigos;
e) mostram o mais importante do conteúdo.


14 - “No nosso cotidiano...”; o vocábulo cotidiano, nesse caso, corresponde a:

a) mundo atual;
b) atividade profissional;
c) relações familiares;
d) nas notícias dos jornais;
e) dia-a-dia.


15 - Quando no texto se usa a forma da primeira pessoa do plural, em “No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência...”, isto se refere a:

a) todos os cidadãos do Rio de Janeiro;
b) cidadãos que foram vítimas da violência;
c) vítimas do trânsito;
d) ele mesmo e aos leitores, em geral;
e) cidadãos de hoje e de antigamente.


16 - O autor citado no texto diz que os assassinatos eram bem mais comuns na época antiga do que agora, mas isto só pode ser afirmado:

a) porque naquela época não havia estatísticas de registro de crimes;
b) levando-se em consideração a proporção populacional das duas épocas;
c) porque hoje não é mais aceita a lógica da vingança;
d) se acreditarmos no que nos dizem os mais velhos;
e) considerando-se que a população antiga era mais violenta que a atual.


17 - “"...que, se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período, proporcionalmente à população mundial de então, com o dos dias atuais, veríamos que antes eles eram bem mais comuns do que são agora."” ; nesse segmento do texto, o vocábulo que não indica tempo é:

a) período;
b) então;
c) dias atuais;
d) antes;
e) proporcionalmente.


18 - “Segundo esse autor...”; o vocábulo correspondente a segundo, nesse caso, é:

a) para;
b) quando;
c) conforme;
d) se;
e) embora.


19 - “...o ato de matar não era reprovado...” equivale a:

a) o ato de matar não tinha aprovação;
b) merecia reprovação o ato de matar;
c) o ato de matar não era aprovado;
d) sofria reprovação o ato de matar;
e) não havia reprovação para o ato de matar.


20 - O segmento estamos tão envolvidos equivale a temos tanto envolvimento; o item em que essa equival ência é dada de forma incorreta é:

a) a vida era mais segura – tinha mais segurança;
b) valores eram mais respeitados – tinham mais respeitabilidade;
c) eles eram bem mais comunicativos– tinham mais comunidade;
d) o ato de matar não era reprovado – não tinha reprovação;
e) a violência era mais intensa – tinha mais intensidade.


21 - Vingança corresponde ao adjetivo vingativo, assim como:

a) violência corresponde a violento;
b) morte corresponde a mortandade;
c) tempo corresponde a tempestade;
d) religião corresponde a religiosidade;
e) parente corresponde a parentela.


22 - “...uma interminável cadeia de vinganças...”; o adjetivo interminável corresponde a:

a) que não há termos que a descrevem;
b) que não sofre penas ou sanções;
c) que não tem fim;
d) que já terminou há algum tempo;
e) que só terminará no futuro.


23 - Parentela é termo coletivo específico para parentes; o vocábulo abaixo, que também apresenta valor coletivo específico é:

a) pilha;
b) monte;
c) cancioneiro;
d) grupo;
e) hipódromo.


24 - “Realizada a vingança e assassinado o culpado...”; o segmento que não poderia ser colocado, de forma adequada, no início desse trecho é:

a) Assim que tiver sido;
b) Após;
c) Depois de;
d) Logo que tinha sido;
e) Mal.


25 - O fragmento de texto abaixo que não contém nenhum tipo de intensificação é:

a) ...estamos tão envolvidos com a violência,...;
b) ...o mundo nunca foi tão violento como agora...;
c) ...pelos que nos contam nossos pais e outras pessoas mais velhas...;
d) ...bastante comuns naqueles tempos...;
e) ...cada coisa parecia ter o seu lugar...


Gabarito

1-B; 2-D; 3-B; 4-D; 5-A; 6-D; 7-C; 8-E; 9-E; 10-D; 11-A; 12-A; 13-B; 14-E; 15-D; 16-B; 17-E; 18-C; 19-E; 20-C; 21-A; 22-C; 23-C; 24-A; 25-E

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